Apostasia canadense

Em Quebec, o tribunal quer tirar a cruz.

Escrevemos recentemente sobre a apostasia nos Estados Unidos. A situação do Canadá, contudo, não é melhor.

O país governando por Justin Trudeau vem se transformando numa espécie de inferno progressista, favorecendo todas as piores bandeiras. Quando Donald Trump cortou as verbas das organizações que patrocinavam o aborto internacionalmente, Trudeau correu ao seu socorro, repassando-lhes 700 milhões de dólares. Enquanto isso, ativistas eram presos no país por protestarem contra o aborto, como é o caso da católica Mary Wagner e de Linda Gibbons.

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A Disney a favor do aborto

A Disney se tornou um império bilionário humanizando animais. Agora, coloca esses animais humanizados a serviço da desumanização dos homens: tornou-se a favor do aborto.

Na pessoa do presidente da companhia, Bob Iger, a Disney ameaçou encerrar suas atividades no estado da Georgia, nos EUA, se a lei estadual antiaborto recentemente aprovada entrar mesmo em vigor em abril do ano que vem. Antes dela, a Netflix já anunciara decisão semelhante.

A Georgia é considerada a Hollywood do Sul, porque oferece incentivos fiscais para a industria cinematográfica filmar em seu território.

No dia 7 de maio, o governador do estado, o republicando Brian Kemp, assinou a lei proibindo qualquer tipo de aborto quando o coração do bebê já puder ser detectado da barriga da mãe.

Vários atores e atrizes já haviam se declarado contra a lei e a favor do aborto, mas Netflix e Disney foram as primeiras empresas a se manifestar publicamente. Por ora, tudo segue no terreno da ameaça e é de supor que os respectivos departamentos financeiros estejam estudando o que será melhor para os negócios: abrir mão dos incentivos ou aderir ao boicote.

O fato é que Disney e Netflix decidiram apoiar os abortistas. Na Georgia? Não, obviamente, não. Nos EUA e no mundo.

O que podem os católicos esperar das próximas levas de filmes produzidos pela gigante do streaming e dos filmes para crianças (para as crianças que sobreviverem, bem entendido) da Disney?

OBS: Remetemos o leitor a outro post deste ano em que tratamos da pauta politicamente correta desta companhia.

Apostasia americana

O jornal norte-americano The Remnant apresenta dados alarmantes referentes à evolução do catolicismo nos Estados Unidos:

Batismos: queda de 49%

Primeira comunhão: queda de 46%

Casamentos religiosos: queda de 54%

Esses dados referem-se ao estado do Michigan, e comparam os números atuais com os do ano 2000 — já muito inferiores, diga-se, aos dos anos 1960. Há mais: o artigo cita os resultados de outro centro de pesquisas (Pew Survey) segundo o qual 41% dos entrevistados que receberam educação católica, já não se consideram tais.

Que dizer da ortodoxia dos que ainda se dizem católicos? O mesmo instituto fez algumas perguntas a eles, e as respostas são as piores: 46% acham que a Igreja deveria reconhecer o casamento de homossexuais, 59% pensam que a Igreja deveria permitir mulheres no sacerdócio, 76% que métodos de controle de natalidade deveriam ser permitidos.

Os leitores deste Boletim sabem que esse quadro desolador não é uma exclusividade da América (veja aqui os dados referentes à Europa), e é apenas a enésima prova de que há algo de muito errado com o Concílio e que a missa de Paulo VI representa um risco a Fé.

A resposta é Sarto

São Pio X

Num post mais ou menos recente, contamos a história da Consagração do Gênero Humano ao Sagrado Coração de Jesus, promovida por Leão XIII no final de sua vida, e arriscamos dizer que as promessas que a Irmã Maria do Divino Coração ouvira de Nosso Senhor foram realizadas no Pontificado seguinte:

“Bispos e padres tornar-se-ão mais fervorosos, os justos mais perfeitos, os pecadores se converterão, os heréticos e cismáticos retornarão a Igreja. E as crianças ainda não nascidas, os pagãos receberão a graça mais rapidamente”

Quando consideramos o glorioso pontificado de São Pio X, não podemos deixar de pensar que ele guarda alguma relação com a Consagração acima descrita. Não tanto por ser ele um “papa segundo o coração de Jesus” — é digno de nota que no seu túmulo tenha sido colocada uma placa com os dizeres “Pius X, mitis et humilis corde” — mas justamente por ter sido seguida pela eleição de um dos maiores papas da Igreja.

Vêm de longe a fama da sua santidade.

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O teatro de Dom Rifan em Brasília

Alguém poderia me explicar que tipo de teatro foi esse armado em Brasília?

Antes de assistir aos vídeos da cerimônia – que não foi uma consagração feita pelo presidente, mas um papel assinado por algumas personalidades presentes e entregue não ao Presidente Bolsonaro, mas a um desses secretários de governo – eu cheguei a me perguntar se o meu texto criticando essa consagração não teria esquecido o lado de piedade que talvez pudesse ser real.

Mas quando percebi que o Presidente Bolsonaro esteve presente só fisicamente, que seu espírito vagava por outros desertos (estaria ele preocupado com a reação dos “irmãos”?), que estava como que constrangido, que não teve absolutamente nenhuma participação, nem mesmo um sorriso, um ato de piedade, nada!

Sobretudo quando vi a filmagem de um grupo de pessoas em torno de Dom Fernando Rifan, no meio de uma confusão de pessoas, de falatórios, como se estivesse conversando num bar, dirigir-se à imagem da Virgem Maria, fingindo ler para ela o texto da tal “consagração”, sem um mínimo gesto de piedade, sem silêncio, sem se ajoelhar, ou seja, um ato típico de Dom Rifan, muito popular, muito sorridente, muito falatório… e só! Então eu tive a certeza de que meu texto foi fraco para exprimir a realidade desse circo montado no Palácio do Planalto.

Salvo engano, quem consagrou o Brasil a Nossa Senhora foi Dom Rifan, e não o Presidente Bolsonaro. Que piada!

Tudo ali era falso: presença falsa do Presidente Bolsonaro, citado no texto lido, mas ausente na leitura feita pelo bispo; consagração falsa que não consagrou coisa nenhuma, por falta de autoridade para tal ato, falta de formalidades católicas, da solenidade requerida para uma verdadeira consagração; falsa piedade desse grupo de pobre gente enganada, que levados pela autoridade de um bispo achava que estavam, de fato, se dirigindo à Nossa Senhora e, pior, achavam que estavam com isso salvando o Brasil!

Estamos diante de uma realidade perigosa que falsifica tudo. Esses conservadores com seus grupos pseudo-católicos, com seus estudos pseudo-tomistas, com seus gurus pseudo-intelectuais… Que figuras patéticas, que gente curiosa, que falso catolicismo!

Acham que isso que nos proporcionaram é o supra sumo da restauração, o início da “conversão”, a reviravolta da decadência do cristianismo. Não percebem que são ridículos, vazios, inócuos, e que vão ser varridos do mapa se o governo não acertar o passo com seriedade. Não com fantasias de um fingimento de catolicismo.

O que falta para o governo e para o Brasil não é a consagração a Nossa Senhora.

Necessitamos com urgência que alguém gabaritado, sábio, profundo, ponderado, tenha acesso ao presidente para conduzi-lo por caminhos de sabedoria, de pulso firme para liderar seus colaboradores sem intrigas e brigas internas. Alguém que eduque o presidente, essa é a verdade.

O Brasil tentou manter o catolicismo em diversas ocasiões, mas não conseguiu.

Quando Dom Pedro I voltou para Portugal para derrubar seu irmão Miguel, que era católico e verdadeiro herdeiro do trono português, iniciou-se a destruição do catolicismo brasileiro.

Quando a maçonaria foi tomando conta do governo imperial, quando estabeleceu o padroado abusivo, quando pôs em ferros dois grandes bispos brasileiros, já o catolicismo era moribundo.

Quando os militares maçons proclamaram a república para impedir que a católica Isabel assumisse o trono brasileiro, esfaquearam mais uma vez o pais já morto.

Depois disso, no século XX, apesar das grandes restaurações de bispos do porte do Cardeal Leme, jamais os governos devolveram à Pátria brasileira seu maior tesouro, o catolicismo profundo, real, institucional.

Nossos militares em 1964 tiraram o Brasil da lama comunista, mas não tinham a profundidade necessária para compreender seu papel de católicos, que lhes impunha a obrigação de aproveitar a ocasião para devolver a Nosso Senhor Jesus Cristo a autoridade que lhe fora usurpada desde a independência.

E a profundidade que reclamamos aos nossos governantes é o conhecimento da filosofia política a mais elementar, da ciência do Bem Comum, do Direito Natural, do ensinamento político de grandes sábios, de Aristóteles a Santo Tomás de Aquino. Conhecimento dos fundamentos naturais da família, não apenas nos discursos de campanha, mas ensinado nas escolas e tornados realidade no pensamento comum de qualquer brasileiro. Conhecimento da moral católica, a única que pode estruturar corretamente as razões mais profundas que nos obrigam a praticar o bem e a fugir do mal, do vício e dos pecados. E todo esse ensinamento natural elevado pelo ensinamento bi-milenar da Igreja Católica, de sua Tradição, de seus dogmas, de sua espiritualidade, santificado pela graça de Deus.

A crise que vivemos há 200 anos é uma crise espiritual de perda da identidade do povo brasileiro. Até os anos 60-70, gostávamos de nos vangloriar de termos 90% de católicos. Pobre catolicismo de meia tigela! Que vazio espiritual!

Como podemos imaginar que depois de dois séculos de laicismo, de estagnação do catolicismo, alguém poderá pensar no domínio de Jesus Cristo Rei sobre o Brasil? Assim, com esse tipo de gente lavada, de gente morna, de legalistas que se derretem diante de qualquer esbarrão e vão logo beijar as botas de qualquer tirano que lhes acosse?

Causa-me rubor pensar que pessoas inteligentes e equivocadas (os liberais da nossa economia, por exemplo, um Gudin, um Bulhões, e hoje um Guedes, ou ainda os retos militares que nos salvaram do comunismo, mas que desconheciam a verdadeira fé católica) olhem para esse catolicismo e sintam aversão à santa Religião por causa do ridículo que eles percebem nesses conservadores do nada.

E nós teríamos que gritar: senhores, sábios do nosso Brasil, elite da inteligência nacional, não é isso o catolicismo! Não se enganem, procurem mais alto, levantem o voo do espírito e vejam! Grandes são os horizontes para a inteligência sedenta de verdade, para o coração palpitante de verdadeiro amor. Convertam-se, pois vale a pena conhecer a verdadeira fé. Lembrem-se de um São Paulo, da coragem dos mártires, dos grandes doutores como Santo Agostinho, São Leão Magno, São Gregório ou Santo Ambrósio. Sem falar no Doutor comum da Igreja, o angélico Santo Tomás de Aquino.

Procurem a inteligência da fé, pois eles já nos ensinaram há 1600 anos as elevadas luzes da verdadeira ciência!

E se quiserem conhecer as obras civilizacionais, lembrem-se dos monges em seus mosteiros, das grandes catedrais, dos grandes missionários, inclusive os jesuítas que formaram o Brasil católico, do Padre Manuel da Nóbrega, do Padre José de Anchieta e tantos outros.

Finalmente, se o coração for arrebatado por um impulso interior que os leve em busca do Amor, voltem seus olhos para São João da Cruz, Santa Tereza d´Avila e tantos místicos que fazem da Igreja Católica o maior celeiro de santidade jamais visto sobre a Terra.

Isso sim, é catolicismo, não essa farofa amolecida que os conservadores querem nos impingir.

Por tudo isso, a Permanência, que há 50 anos guarda a Fé e a Tradição, alerta seus leitores, seus amigos, e todos os que freqüentam nossas missas, para não se deixarem enganar com o triste espetáculo que vimos acontecer em Brasília neste 21 de maio de 2019.

Entre manifestações e consagrações

A semana foi agitada pelo chamado às ruas dos apoiadores de Jair Bolsonaro e pelo anúncio de que o bispo Dom Fernando Rifan levou ao Presidente um texto de Consagração do Brasil ao Imaculado Coração de Maria. Como não é de espantar, muitos católicos se perguntam como deveriam se posicionar em relação a esses dois eventos.

Em relação às ruas, às manifestações, já deixei claro como nos posicionamos, mas é sempre bom lembrar. Os católicos não devem se juntar em manifestações com outros grupos, com outras religiões, com instituições contrárias à fé católica, ou que reduzem as questões aos chamados denominadores comuns, de modo a deixar de lado os princípios católicos que deveriam sempre nortear o pensamento nesses pontos. Isso é um ensinamento constante dos papas anteriores ao Concílio Vaticano II, e aparece de modo muito forte na encíclica Mortalium Animos, de Pio XI, de 1938.

Por outro lado, isso não significa que um pai, vendo que uma manifestação movida por intenções retas acontece perto de sua casa, não possa descer à rua com sua família, de modo privado e discreto. Saibamos agir prudencialmente, e respeitar essa proibição da Igreja com inteligência e bom senso. A vida privada é algo prático, que depende do juízo prudencial de cada um.

Mas que fique claro que isso só pode ser feito de modo privado, o que exclui agrupamentos católicos, combinações de grupos de whatsapp e coisas do gênero.

Em relação à consagração do país a Nossa Senhora, vamos tentar analisar essa questão pensando nas pessoas envolvidas no caso.

Em primeiro lugar, o aparecimento de Dom Fernando Rifan no contexto da política nacional. A figura não nos traz confiança, tendo sido um traidor de sua formação junto a Dom Antônio de Castro Mayer, a quem renegou por um anel de ametista e uma mitra. Os interesses desse bispo passam sempre na frente de suas convicções, e estas vão mudando de acordo com as exigências dos inimigos da Igreja, a quem hoje ele serve. Isso a ponto de exigir de seus padres e seminaristas que aprendam e celebrem a missa nova, tão claramente condenada pelo grande confessor da fé que foi Dom Antônio.

O segundo personagem a entrar em cena é o presidente da República, que não esconde seu envolvimento com a seita protestante. Agora mesmo ele acaba de criar novos vínculos com os hereges. A própria manifestação do dia 26 está virando um evento “evangélico”. Podemos muito bem assistir ao presidente fazendo a consagração, e no dia seguinte, estar num culto protestante, para agradar a sua esposa, ou para conseguir algum proveito político. Eu gostaria muito que o católico Jair Bolsonaro compreendesse o seu papel de chefe de uma nação católica, mas não é o que percebemos em suas ações.

A terceira personagem a entrar em cena é a Virgem Maria. E devemos nos perguntar se Nossa Senhora gostaria de estar metida num movimento ecumênico, ou na duplicidade de seu papel de intercessora junto a seu Filho, para salvar o Brasil do caos. Sim, claro, vamos pedir a ela hoje, e amanhã vamos ser cúmplices dos que renegam a santidade da Mãe de Deus ou a desprezam publicamente.

Em quarto lugar, há a Pátria brasileira, que sofre pela incapacidade do governo Bolsonaro de canalizar as forças ainda sadias do país, permitindo que as brigas intestinas entre aqueles que deveriam se apoiar mutuamente, levem o país ao desastre. É claro que, para o Brasil, uma consagração a Nossa Senhora, ao seu Imaculado Coração, seria de grande importância. Porém, o que aparece nessa análise é que estamos diante de uma consagração mais política do que religiosa. Nesse caso, preferimos que não aconteça, e que esses senhores deixem em paz a Virgem Maria.

Nossas orações, nossas missas, nossos sacrifícios, valem muito mais do que essa farsa que estão montando no Brasil.