Trata-se de uma grande felicidade para todos fiéis da Tradição. O Pe. Trejo, superior do Distrito da América do Sul, acaba de receber dos capuchinhos de San Giovanni Rotondo, de modo permanente, uma das mitenes (meia-luvas) com que Padre Pio cobria os estigmas.
São muitos os laços unindo a obra de Dom Marcel Lefebvre ao capuchinho de Pieltrecina. É sabido que, dos filhos espirituais de Padre Pio, surgiram alguns dos anti-modernistas mais firmes, como Don Francesco Putti, o célebre fundador de Sì Sì No No — periódico que, por algum tempo, a Permanência teve a honra de traduzir e publicar no Brasil — Giuseppe Pagnossin, grande defensor do religioso, e Katharina Tangari, a heróica austríaca que arriscou-se muitas vezes levando ajuda aos padres perseguidos atrás da Cortina de Ferro. Todos esses eram amigos da FSSPX.
Sabe-se, ademais, que o próprio capuchinho jamais celebrou o rito novo da Missa e ao Cardeal Bacci, que veio visitá-lo, exclamou:
— Por piedade, acabem logo com esse Concílio!
O modernismo imanentista e evolucionista opõe-se não apenas à objetividade da Fé, mas esvazia a noção de sacrifício e, por extensão, de sacerdócio. Não foi por acaso que São Pio X elegeu a formação dos sacerdotes como o meio principal para sua obra de restauração (E Supremi Apostolatus). A obra de Dom Marcel Lefebvre, por sua vez, é uma resposta à perda da identidade do clero após o Concílio. Dizia o arcebispo: “Restaurar tudo em Cristo, estabelecer o reino de Deus no mundo, é algo que está nas mãos dos padres.”
A figura mesma de Padre Pio — único sacerdote estigmatizado — é uma ruidosa refutação das pretensões modernistas. Como sustentar uma religião imanente diante das mãos chagadas e sangrentas do capuchinho?
Às portas do século XX, o humilde religioso de Pieltrecina aparece como o ideal do padre, alter Christus, em sua imolação pelo reino de Nosso Senhor.
Recomendamos a leitura do artigo do Pe. Denis Quigley e da Revista Permanência 293, ainda no prelo, com vários artigos sobre Padre Pio.