País mais populoso da África sub-sahariana (cerca de 200 milhões de habitantes), a Nigéria é um desses países divididos em duas partes: o norte, majoritariamente muçulmano e o sul, cristão e animista. Notadamente nos Estados do Norte do país, verifica-se um processo contínuo de islamização forçada conhecida pelo nome de Jihad “Dan Fodio”, em alusão ao estudioso Usman Dan Fodio que iniciou uma jihad (guerra ‘santa’) na região no século XIX.
Mais recentemente, a islamização forçada ganhou grande impulso com a declaração da charia (conjunto de leis islâmicas) no Nordeste da Nigéria, com início em 1999. A partir de então, atos condenados pelo Islã implicam em penas tais como a flagelação, lapidação ou mesmo a amputação. O proselitismo religioso tem implicações penais e assassinatos isolados ou em grupos, bem como pilhagens e sequestros assolam os católicos do país.
No ano de 2002, foi fundada a organização islâmica sunita Boko Haram (“a educação ocidental é um pecado”, no idioma local), com o objetivo de “purificar o islã no norte da Nigéria”. Com o passar dos anos, essa organização veio a ser considerada como o grupo terrorista mais violento do mundo: atribuem-se a ela dezenas de milhares de mortes.
Para os seus líderes, o sequestro dos infiéis é algo perfeitamente lícito: “A escravidão é permitida na minha religião, e eu vou capturar pessoas e fazê-las escravas”, declarou Abubakar Shekau, um líder do Boko Haram.
A eleição do islâmico Muhammadu Bihari para a presidência do país em 2015, agravou as perseguições ao cobrir os atos de violência com um manto de impunidade. Ademais, o Governo Federal do presidente Buhari tem seguido uma política de escolher apenas muçulmanos para certos cargos críticos, que incluem agências de segurança, como o exército, força aérea, polícia, serviço de imigração, Serviço de Segurança do Estado, alfândega, Corpo de Segurança e Defesa Civil, serviço prisional, etc. O mesmo se aplica para o judiciário da Nigéria.
Segundo o site Genocide Watch: “A Nigéria se tornou um campo de extermínio de cristãos indefesos. Fontes confiáveis mostram que entre 11.500 e 12.000 cristãos foram massacrados desde junho de 2015, quando o governo de Buhari, na Nigéria, chegou ao poder. Essas estatísticas são baseadas em registros cuidadosos mantidos por grupos da igreja que incluem os nomes das vítimas e as datas de seus assassinatos”. — Entre as vítimas, contam-se pelo menos oito sacerdotes ou seminaristas. Dezenas de religiosos foram sequestrados.
É preciso rezar pelos católicos da Nigéria.