Paira entre nós brasileiros a impressão de que Portugal estaria mais preservado em sua catolicidade, mais protegido das intempéries modernistas do que o resto da Europa, e, sobretudo, em comparação ao Brasil. O fato de estar no extremo do continente, de ser menos rico, e, portanto, menos cobiçado pelas rotas de imigração, e de ainda guardar maior adesão aos costumes cristãos, acaba criando a ideia de um refúgio, contra a balbúrdia da “América portuguesa”, que ao invés de próspera e cristã, tornou-se letárgica e herética.
Mas engana-se quem pensa que em Portugal tudo é muito diferente, que tudo são maravilhas. Do mesmo modo que o Brasil vem perdendo o sentido de sua formação católica, e se tornando um condomínio de pastores protestantes, em Portugal o desenraizamento chega a ser até mais chocante.
Se no Brasil são comuns os falsos cultos ecumênicos, tentando amalgamar católicos e protestantes, em Portugal já é possível encontrar algo como uma “Cerimônia inter-religiosa católica e muçulmana”.
Tal cerimônia aconteceu no último dia 10 de junho, e foi um dos itens da programação do XXVI Encontro Nacional de Homenagem aos Combatentes, que lutaram por Portugal em África. Foram várias homenagens àqueles que “combateram e combatem em defesa dos valores e da perenidade da Nação Portuguesa” – descreve o site português que noticiou o evento. A importância da ocasião é tamanha que o próprio Presidente da República enviou mensagem especial aos presentes.
Se nós, os filhos da pátria portuguesa, nos tornamos irresponsáveis ao ponto de permitir que toda sorte de heresias pipoquem em cada cidadezinha do país, o que dizer de nossos pais portugueses? Que exemplo, que caráter, que responsabilidade, que imagem estão a passar a si mesmos e ao mundo? Será que se esqueceram que Portugal e toda Europa foram erguidas sobre o sangue católico, em sacrifício contra a invasão muçulmana?