É engraçado que São José e São Bento tenham suas datas tão próximas. Soa como uma dessas coincidências tão próprias de tudo que é sagrado. Buscamos conhecer a Deus pelo intelecto (fides quaerens intellectum), mas nessas coincidências como que percebemos Sua Presença.
Não há santo maior do que São José. Ter sido pai terreno de Jesus menino é mais que um privilégio sem tamanho. No entanto, isso fez de São José o exemplo do homem prático: o pai de família, o provedor, o cuidador, o homem atento às coisas do corpo e da matéria, desveladas em toda a sua santidade pela Encarnação do Senhor ali visível diante de São José, que pôde toca-lo, beijá-lo, fazê-lo dormir…
E temos São Bento, o maior dos monges, o santo que disciplinou o ímpeto contemplativo e penitencial que já produzira tantos eremitas, dando-lhe uma Regra capaz de resistir aos séculos.
Talvez tenha sido em São José que São Bento encontrou inspiração. Porque a Sagrada Família era, pode-se dizer, um mosteirinho, com seu quotidiano tão comum, regular, silencioso, santificado pela Presença de Deus.
São José e São Bento unem de modo eminente contemplação e ação (ora et labora ), dois aspectos indissociáveis da Vida, as dimensões do amor e do trabalho, ambas marcadas pela doação de si.