Qualquer estudante, se perguntado sobre as marés, prontamente irá responder que elas são provocadas pelos movimentos lunares. E a afirmação está correta.
Porém, o que ele provavelmente não sabe é que o primeiro a formular essa hipótese foi o monge inglês, São Beda, o Venerável, no século VIII.
Os fenômenos naturais sempre mereceram a atenção dos filósofos gregos, mas ninguém antes havia estabelecido essa relação entre a Lua e as marés.
São Beda nasceu em 673, em Monkwearmouth, Durham, Inglaterra, e aos sete anos foi admitido no mosteiro beneditino de sua cidade, onde se ordenou em 703.
Filósofo eclesiástico, teólogo e historiador anglo-saxão, São Beda teve grande influência na cultura medieval como historiador da igreja, comentarista de textos bíblico e decisivo para a catequização cristã das tribos anglo-saxônicas. Ele é mais comumente conhecido como “Pai da História Inglesa” por sua obra “História Eclesiástica do Povo Inglês”. Ele morreu em 735 e em 1899, o Papa Leão XIII o proclamou Doutor da Igreja.
Em sua obra “De Temporum Ratione” (Sobre a Contagem do Tempo), escrita por volta do ano de 723, São Beda discute sobre a visão de cosmos dos antigos autores e dos autores medievais. É nessa obra que ele publica artigos explicando como a forma esférica do mundo influencia a duração dos dias e como o sol e a lua influenciam o movimento das marés.
Essas informações foram de grande ajuda a navegantes, como Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Fernão de Magalhães, a construir suas rotas comerciais da época.