“Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo (…) — seja excomungado” (Concílio de Trento).
Neste ano em que se completam 50 anos da revolução litúrgica orquestrada por Paulo VI, e levada a cabo pelo estranho Mons Bugnini, convém lembrar um dos efeitos desastrosos do novo rito.
Num estudo recentemente publicado nos Estados Unidos, baseado em mais de 10 mil entrevistas realizadas pelo Pew Institute, descobriu-se que aproximadamente 70% dos católicos americanos não crêem na Presença Real de Nosso Senhor na Eucaristia. — Entre os mais jovens, esse número aumenta para 74%.
Em outros países, os números serão certamente piores. Uma pesquisa realizada tempos atrás numa diocese da Alemanha (Tréveris) revelou que 80% dos seus padres já não criam na Presença Real. Outro estudo, desta vez realizado na Austrália (Sydney), chegou a 78% de descrentes entre os sacerdotes. Qual o valor dessas missas, se a intenção é necessária para que realmente haja consagração? A pergunta é retórica.
Triste é que ninguém poderá se dizer surpreendido com esses dados, uma vez que se sabe que os criadores do novo rito tinham o objetivo de aproximar a Missa católica da ceia protestante. Ora, os protestantes não crêem na Presença Real.
Fizeram os fiéis comungar de pé, suprimiram onze genuflexões, eliminaram o “Dominus non sum dignus”, relegaram o sacrário a um canto qualquer da igreja, viraram o padre para os fiéis, passaram a usar vasos ordinários e deixar qualquer um pegar a hóstia com as mãos — Queriam o quê? Pensavam que com a irreverência não viria a descrença?
Como haveria de ser diferente se o próprio Papa não se ajoelha diante do Santíssimo Sacramento?
Os Cardeais Ottaviani e Bacci desde o início compreenderam a gravidade do problema com o novo rito e escreveram amargurados a Paulo VI: “(…) o papel central da Presença Real foi suprimido. Ele foi removido do lugar que ocupava tão magnificamente na antiga liturgia.” (Breve Exame Crítico).
Dom Lefebvre enxergou melhor do que ninguém o que estava acontecendo: “Pode-se medir a estranha similitude da Reforma atual com a de Lutero: todas as novas autorizações com respeito ao uso da Eucaristia vão na direção de um respeito menor por ela, de um esquecimento da adoração”.
Entre nós, Gustavo Corção protestou nas páginas de Permanência:
“É preciso dizer por cima dos telhados, aos gritos, com cólera ou com dor, que nós não precisamos dos conselhos e da colaboração dos protestantes para decidir a feição de nosso culto de adoração, isto é, para observar e apartear o que temos de mais íntimo na vida da Igreja. Esta falsa modéstia, esta falsa humildade, este falso ecumenismo é que clamam aos céus e a nós nos ferem em nossa honra e no nosso amor.” (Editorial Permanência, n°56, Ano VI, Junho de 1973.)
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Tudo isso é apenas a enésima prova de que a missa de Paulo VI representa um risco para a Fé, e deve ser abolida da vida dos católicos.