A comunhão de Joe Biden

Em entrevista à Fox News, o Cardeal Raymond Burke, um dos representantes mais conservadores da Igreja oficial, fez um apelo. Disse o prelado norte-americano que, a todos os “políticos que se dizem católicos” — incluindo aí o candidato do partido democrata à presidência, Joe Biden — o sacramento da comunhão deveria ser negado, uma vez que defendem o aborto e reconhecem o casamento de pessoas do mesmo sexo.

“Eles não podem vir e receber a Sagrada Comunhão”, explicou, “porque não estão em comunhão com Cristo. “

“Não é uma punição”, acrescentou, mas um “favor que lhes fazemos, dizendo-lhes para não aparecerem, porque se o fizerem, estarão cometendo sacrilégio.”

Já em 2004, o cardeal americano advertiu o então candidato democrata, John Kerry, a não se apresentar para a Sagrada Comunhão. Aqueles que apóiam o aborto são considerados “pecadores obstinados”.

As últimas declarações de Biden, que mesmo assim se considera católico e assiste à missa regularmente, mostraram sua obstinação pró-aborto. Em abril, o candidato democrata chamou o aborto de um “serviço essencial” e, em julho, reiterou seu apoio ao direito das mulheres de decidir.

Antes de Burke, também o Padre Frank Pavone, diretor do Priests for Life, havia pedido que a comunhão fosse recusada ao candidato democrata: Biden “falhou em proteger os bebês não nascidos, entrando em conflito não apenas com a fé católica, mas com a mensagem cristã, os princípios fundadores da América e a decência humana. Ninguém pode matar crianças nem permitir que alguém o faça”.

A Igreja Católica é uma das chaves para as eleições de outono nos Estados Unidos. Os católicos, como é costume nos Estados Unidos e no resto do Ocidente, desempenharão um papel importante na virada eleitoral. O hemisfério progressista e católico americano está engajado em uma luta acirrada contra o atual Presidente dos Estados Unidos da América, enquanto vozes como as do Cardeal Burke e do Arcebispo e ex-Núncio Apostólico nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò são, pelo seu apoio a Trump, duas exceções no cenário eclesiástico atual.

O cardeal Burke é uma das referências de Donald Trump, mas também um daqueles prelados conservadores conciliares que desafiaram abertamente a linha teológica do Papa Francisco desde o início de seu pontificado.

“O ataque a Biden marca outro confronto com o pontífice. Em novembro, o candidato democrata revelou que havia recebido a comunhão do papa depois que um padre da Carolina do Sul recusou dar-lhe”, revela o diário italiano La Repubblica, do ateu e filo-bergogliano Eugenio Scalfari, o amigo a quem o pontífice argentino gosta de se confidenciar …

A campanha para as eleições presidenciais americanas chegou ao Vaticano, conservadores e progressistas escolheram cada um seu candidato… E o Papa Francisco, mais uma vez, não se desvia de sua linha ideológica, progressista e não católica.

Francesca de Villasmundo / Fonte: Medias-Presse / Tradução: Permanência