Passagem para o inferno

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Sarco®: Uma “câmara de gás” para chamar de sua

O suicídio está na moda.

Para atender esse mercado “emergente” surge uma invenção infernal idealizada pelo médico Philip Nitschke, conhecido como Dr Morte e fundador da Exit International, uma organização promotora da eutanásia e suicídio assistido.

O nome da máquina é a abreviatura de sarcófago, tecnicamente definida como “uma máquina para suicídio imprimível em 3D”, que de acordo com o médico permitirá ao ‘consumidor’ morrer pacificamente.

Idealizada em novembro de 2017, seu protótipo está exposto no Palazzo Michiel, em Veneza, onde permanecerá até o fim de novembro. No catálogo do evento, lê-se o que seus construtores desejam para o futuro desse engenho: … “em 2020, espera-se que Sarco® se torne uma opção legítima para as pessoas de todo o mundo que possam viajar para a Suíça para uma morte ‘legalmente assistida’. Por volta de 2030, quando a impressão 3D será facilmente acessível em larga escala, e gerações mais velhas viverão mais, porém mais doentes, Sarco® alcançará uma aplicação prática globalmente.”

Atentemos para três intenções malignas engenhosamente calculadas pelos idealizadores: ubiquidade, praticabilidade e personalização. Explico. Em 2017, em entrevista à Tonic, o Dr. Morte afirmava querer garantir esse suposto “direito humano” a todos, em todos os lugares e sem a necessidade do médico.

Fico imaginando o consumidor que compre o aparelho pela Amazon e o imprima placidamente no conforto do seu apartamento. Depois de montá-lo em algum canto da casa cuja vista seja auspiciosa – o Dr. Nitschke sugere o “pôr-do-sol no deserto australiano”, ele se acomoda no cockpit, dá uma última olhada ao redor, fecha a escotilha e, como um kamikaze, aciona o botão de partida. “Tora! Tora! Tora!”.

E lá se vai o consumidor com toda pompa direto para o inferno.