Por que Evo entregou Battisti?

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Na última cena de Butch Cassidy, os bandidos Butch e Sundance Kid são cercados pelo exército boliviano e …. Bom, não vamos estragar o final.

Esta semana o italiano Cesare Battisti, condenado pelo assassinato de inocentes na década de 1970, foi preso em Santa Cruz de la Sierra numa ação conjunta de agentes da Interpol bolivianos e italianos.

Ao narrar a novela do fugitivo, o jornal fez questão de lembrar: “Como a de Che Guevara – ainda que sem final fatal -, a aventura do revolucionário Battisti, de 64 anos, teve seu epílogo na Bolívia, ao ser detido no sábado às 18h50…”.

Mas o governo boliviano não se contentou em apenas detê-lo. E surpreendeu.

A extradição do condenado para Itália foi obtida com o aval sem resistências do atual presidente boliviano Evo Morales, “companheiro” de Lula e de outros políticos de esquerda, e que dois dias antes estava saudando junto com Daniel Ortega a “posse” do chefe do executivo da Venezuela Nicolás Maduro.

Além disso, a Bolívia rechaçou pedido de asilo político feito pelo bandido italiano no período natalino, em que ele ressaltou “a nefasta coincidência de governos de ‘ultra-direita’ na Itália e Brasil.”

Por último, a resolução rápida do presidente, preocupado com as eleições de outubro deste ano, lhe valeu a oposição de seus correligionários e da defensoria pública do país. Ainda, Raúl García Linera, irmão do seu vice presidente lamentou pelo Facebook:

“Hoje, pela primeira vez, este processo de mudança atua contrarrevolucionariamente, hoje os interesses do Estado se puseram acima da moral revolucionária, da práxis revolucionária”.

Quem conhece um pouco da história boliviana sabe que não é a primeira vez que a Bolívia atende aos interesses de Estado e age contra a ‘Revolução’.

Em 1967, Che Guevara, símbolo-mor do comunismo na América Latina, foi encontrado e morto pelo exército boliviano. O presidente General René Barrientos Ortuño, que havia “traído” seu antecessor Victor Paz Estenssoro, responsável pela Revolução Boliviana de 1952 e a Reforma Agrária de 1953, soube conduzir o caso do guerrilheiro argentino, recebendo crédito junto com sua equipe pela captura e morte do bandido.

Evo Morales quer ser reeleito em outubro. Em janeiro foi às posses de Jair Bolsonaro e Nicolás Maduro, e começou a terceira semana do ano mandando embora um “camarada” com presteza invejável, tendo negado previamente uma solicitação dele e ouvindo desaforos dos seus aliados. Por quê?

Aqui digredimos para o Irã há 40 anos, quando o Aiatolá Khomeini fez 52 cidadãos americanos de refém por 444 dias durante a presidência de Jimmy Carter, que fracassou solenemente nas negociações e tentativas de resgate. A crise foi resolvida rapidamente com a chegada de um homem de verdade ao cargo, Ronald Reagan.

Seu discurso claro e firme, notas próprias de um homem, sustentado durante a campanha foi o suficiente para que o Aiatolá entregasse todos os reféns algumas horas após a sua posse em janeiro de 1980.

Evo Morales estava acostumado a atitudes covardes como as de Lula, que havia cedido instalações da Petrobrás no seu país tão logo ele assumira em maio de 2006, e por sua conduta pusilânime no caso Battisti.

Hoje, o cocaleiro se depara com um presidente brasileiro que tem um discurso simples, firme e posições claras, com aquele mínimo de hombridade capaz de fazer crer que ele quer cumprir o que fala.

A virilidade, que foi reduzida à doença mental pela APA (American Psychological Association), provoca reações interessantes.