Lições contra o abismo

A expressão de Corção compensa a má qualidade da foto, porque é esse o Corção que “vemos” em seus artigos e livros.

Hoje Gustavo Corção faria 122 anos.

Não é uma data redonda, dessas que os jornais costumam comemorar, mas, para nós da Permanência, todo aniversário de Corção é motivo de festa. Porque sem ele não existiríamos. E, por conta de existirmos, vivo ele está, a despeito do esforço que o mundo faz para esquecê-lo.

Perde o mundo que o esquece. E Corção, que já dele não depende, permanece.

Faz parte da história do Brasil – na literatura, na política, na religião. E foi fazendo história que terá ganhado a Eternidade. Mas isso só Deus sabe. Inegável que fez a sua parte, sobretudo nos deixando suas lições, lições contra o abismo que ele antes de todos antevira.

Há muito o que contar de Corção. Fiquemos só com uma história, monumental e discreta, simbólica e premonitória.

A inauguração do Cristo Redentor foi marcada para 12 de outubro de 1931. Para dar um toque de grandiosidade internacional à festa, Marconi iria ligar as luzes do Cristo direto de seu iate no Mediterrâneo. Mas na hora agá, a aparelhagem falhou e o Cristo acabou iluminado mesmo foi por Corção, que àquela época nem convertido era ainda. Suboficial do Exército e técnico em eletrônica- que naquela época, devia ser tecnologia de ponta! –  ele deu um jeito de salvar a festa e a reputação de Marconi. Que Deus tenha depois retribuído a luz que Corção improvisadamente Lhe emprestara é dessas ironias que nos fazem acreditar na Providência.